Gaffe


Pequenas confissões, alguns desabafos, conselhos do coração e do sexo, muita macacada e um ligeiro sabor a piroso. Nada mais. Não sou de grandes falas e muito menos de grandes escritas, mas se todos arranjam tempo para colaborar com um bicho destes, tenho a certeza que também os vou acompanhar. Não prometo de modo nenhum assiduidade, nem garanto qualidade, mas cá me hei-de lavrar e encher este espacinho de bonecada.



Sou uma rapariga que dá valor a isso.

Não se pense que é uma alegria uma rapariga ter uma canseira destas. Pensamos que vai ser uma loucura pegada, que vamos às compras muito agarradinhas e que podemos confiar no bom gosto de todos e nas suas maravilhosas e vastas informações acerca do que vai pelo mundo. Não é de todo verdade. É um estereótipo. Às vezes penso se não seria bem melhor trocar os mafarricos dos blogs por um hetero bem foleiro, de barba gigante, descapotável poderoso e que em relação às nossas confidências se comporta de igual modo, ou seja, espanta-se por as termos, e que na moda e na coscuvilhice faz como o Sócrates: só sabe que nada sabe.

Não se pense também que, por andarmos por aqui, temos a possibilidade de debicar, nem que seja com os olhos, a fauna masculina que nos enche as palavras de libidinosos pensamentos. Não. Nem pensar. Um blog é um rival em potência. Mesmo aqueles que só à lei da bala se detectam, como é o caso do meu, são um perigo para o nosso ego. Vai uma rapariga a cruzar-se com um deus que passa como uma brisa na tarde, pensa que aquele olhar fulminante é uma promessa de maiores folguedos, dirigida a nós, miúdas entusiasmadas, e afinal acaba-se por concluir que o fulminante é disparado pela culatra e que o objectivo é o de encontrar matéria para um posts a rabiscar.

Também é lenda a capacidade de projecção apensa a um blog. Não há que iludir. Ouve-nos tanto como a funcionária da sex-shop quando nos vamos queixar que as pilhas não estão incluídas no massajador facial, porque simplesmente as usamos até à morte, no aconchego do lar. No entanto, e segundo as minhas amigas - muitíssimas mais mulheres, mas muito menos sofisticadas do que eu -, é “cosmopolita” ter um blog ao nosso lado para o que der e vier. Não que seja aconselhável dar trela a este tipo de sofisticação, mas ajuda quando queremos classificar este em particular (não me custa ser leviana) como “um blog na cidade”.


Apesar de tudo, vale a pena ter um. Um blog, digo eu.


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